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sexta-feira, 14 de janeiro de 2011

Ministro desmente corte de R$ 50 bi

ADRIANA FERNANDES e EDUARDO RODRIGUES
Da Agência Estado – Brasília

Em meio à forte especulação sobre o tamanho do contingenciamento de gastos do Orçamento da União deste ano, o ministro da Fazenda, Guido Mantega, demonstrou ontem forte preocupação com rumores de que teria sugerido à presidente, Dilma Rousseff, um bloqueio mais alto das despesas. Antes mesmo da reunião ministerial, o ministro tratou de desmentir a notícia de que o governo já teria fechado o corte em R$ 50 bilhões.

Em uma entrevista, pela manhã, Mantega mostrou irritação e desconforto com a divulgação da notícia. "Os números (do corte) não foram construídos, portanto não procedem esses números que aparecem na imprensa. Não é nem 20, nem 30, nem 40 nem 50 (bilhões de reais)", disse, ao falar do tamanho do corte. "Não acreditem em números!", acrescentou.

Logo cedo, a assessoria do ministro dava sinais aos jornalistas que fazem a cobertura diária do Ministério da Fazenda de que Mantega queria dar um recado sobre os cortes. Até agora, os números que vinham sendo divulgados nos bastidores do governo para os cortes eram entre R$ 35 bilhões e R$ 40 bilhões.

Os jornalistas foram alertados de que o ministro iria falar sobre o assunto na portaria do Ministério da Fazenda. Na entrevista, que durou apenas cinco minutos, Mantega também quis afastar a ideia de que a presidente Dilma poderia anunciar hoje, na reunião ministerial, o tamanho do corte, o que, segundo ele, só ocorrerá no início de fevereiro.

"Não existe esse número (R$ 50 bilhões). Quem falou não está autorizado. Eu é que tenho a palavra sobre isso. Portanto, não há nenhum número", criticou. Ele insistiu em afirmar que o Ministério da Fazenda não tem proposta ainda sobre os cortes. "Se alguém falou em nome do Ministério da Fazenda não estava autorizado. Nós vamos construir esse número. É precipitado", atacou.

Mantega destacou que haverá uma orientação para uma redução "máxima e sensível" de gastos de custeio e que agora é preciso identificar as "gorduras" que podem ser cortadas. "Nós temos de revisar todos os principais gastos de custeio. Desde viagens, diárias, até contratação de empresas e serviços. Todos os gastos de custeio, como aluguel de prédios, tudo isso tem de ser postergado. Não deve ser feito. Não devemos comprar equipamentos novos. Temos de trabalhar com o que temos", avisou.

O ministro disse que o governo vai estabelecer ainda os critérios para que cada ministério faça um trabalho junto com os Ministérios da Fazenda e do Planejamento de modo que se possa detectar quanto é possível reduzir.

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