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O ministro do Esporte, Orlando Silva (PCdoB), disse nesta sexta-feira, após reunião com a presidente Dilma Rousseff, que continuará no governo.
"Na conversa, esclarecemos todos os fatos e acusações que tenho sofrido nesta semana. Detalhei e desmascarei todas as mentiras que foram perpetradas contra mim", disse Silva, em coletiva de imprensa após o encontro.
Segundo o ministro, Dilma lhe sugeriu "serenidade e paciência" e recomendou que continuasse seu trabalho, seguindo a agenda do ministério. "Continuo confiante, seguro, trabalhando no meu governo", disse ele.
A permanência de Silva no cargo está ameaçada desde o fim de semana, quando uma reportagem da revista Veja revelou denúncias de corrupção no Ministério do Esporte. Em entrevista à revista, o policial João Dias Ferreira e o motorista Célio Soares Pereira acusaram Silva de receber dinheiro vivo na garagem do ministério, no fim de 2008. O dinheiro faria parte do programa Segundo Tempo, que destina verbas a ONGs com o intuito de incentivar a prática esportiva entre jovens.
Ferreira diz que o ministro cobrava 20% das entidades contempladas no programa. O esquema, segundo ele, teria desviado R$ 40 milhões ao longo de oito anos.
Tribunal de Contas
Silva nega as acusações e diz que elas podem ser uma reação ao pedido que fez para que os convênios do ministério com organizações presididas por João Dias Ferreira fossem examinados pelo Tribunal de Contas da União (TCU).
Nos últimos dias, novas denúncias de irregularidades no Ministério do Esporte vieram à tona. Nesta sexta-feira, o Estado de S.Paulo publicou que Anna Cristina Lemos Petta, mulher do ministro, recebeu dinheiro da União por meio de uma ONG comandada por filiados ao PC do B.
Segundo a reportagem, uma empresa criada por Petta e pela irmã de Silva recebeu R$ 43,5 mil da ONG Via BR, que tem entre seus quadros dois filiados ao PC do B e ganhou mais de R$ 272 mil do Ministério do Esporte para prestar serviços na 3ª Conferência Nacional do Esporte.
Ainda nesta sexta-feira, uma declaração do secretário-geral da Fifa, Jerôme Valcke, gerou rumores de que Silva deixaria o posto a qualquer instante. Em coletiva de imprensa, ele afirmou que a entidade teria um novo interlocutor no governo brasileiro, no lugar do Silva.
"Em novembro, espero já me reunir com novo interlocutor apontado por Dilma para a organização da Copa do Mundo", disse Valcke ao se referir à próxima reunião no Brasil, quando discutirá com o governo brasileiro a Lei Geral da Copa do Mundo de 2014.
A Fifa está descontente com a redação da lei, particularmente em relação a questões de marketing, TV e ingressos.
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