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quarta-feira, 22 de janeiro de 2014

Zé Neto diz que Ronaldo esconde e rejeita parcerias


Glauco Wanderley

A diferença dele para ACM Neto é que ACM Neto valoriza o apoio do estado, do governo federal”. É o que pensa o líder do governo na Assembleia Legislativa, deputado estadual Zé Neto, sobre o prefeito de Feira de Santana, José Ronaldo. A dificuldade de relacionamento entre os dois - em contraste com a parceria que se verifica entre o prefeito da capital e o governador Wagner - foi um dos temas da longa entrevista concedida pelo prefeito feirense na edição da Tribuna Feirense na semana passada (veja nesta página o que o prefeito falou sobre o assunto).

No entendimento do petista, Ronaldo esconde deliberadamente a ajuda que recebe e isso desde o governo Lula, que Zé Neto reputa como “grande timoneiro do desenvolvimento de Feira de Santana”.


O deputado considera que o Luz para Todos promoveu uma “revolução” nos distritos, mas Ronaldo não deu crédito ao governo federal. “Você pensa que ele quando saiu por aí inaugurando disse a alguém que foi de Lula? Ou falou em algum programa que era do governo federal?”, critica.

A avaliação do petista é que “Ronaldo não evoluiu” e precisa “aprender a valorizar as parcerias”. O problema nem é só com o governo estadual. “Ele esconde todo o apoio que tem do governo federal, esconde o que tem do governo estadual e faz questão de não citar”.

No fundo, segundo o petista, Ronaldo “não gosta do apoio”. Os exemplos que menciona são o célebre caso da avenida Ayrton Senna, que a prefeitura fará com emenda ao orçamento do senador João Durval, dispensando uma outra que viria por meio de Fernando Torres; e duas praças esportivas: uma quadra a ser construída no Feira X e um campo de futebol a ser reformado no Feira IX, com dinheiro de emenda parlamentar do senador Walter Pinheiro, no valor de R$ 240 mil. O dinheiro voltou para Brasília, porque as providências necessárias não foram adotadas. A prefeitura alegou que o terreno era do estado, a quem caberia dar andamento ao processo. O deputado chama a explicação de “desculpa esfarrapada”, já que as áreas são institucionais e, independente do proprietário, é a prefeitura quem tem poder de decisão sobre elas e precisa dar autorização para construção. “É claro que ele não queria”, acusa o petista.

Neto questiona se, além dele, o deputado Fernando Torres também é um empecilho, já que sua verba foi dispensada. “Ele dizer que eu empato? Ao contrário, eu ajudo. Quem dera todo governo tivesse um deputado que diariamente quer interlocução e quer ajudar a cidade”, garante.

De acordo com Zé Neto, o prefeito feirense tem acesso ao estado e já se reuniu com vários secretários, com o governador e com o presidente da Embasa. Mas não estaria correspondendo, pois na Saúde, prejudica a gestão estadual. “Para sufocar a gente, permanentemente. Agora mesmo tem 20% de corte do SUS. Só no HTO cortou 30% das cirurgias, sobrecarregando de forma excessiva nosso governo e nosso atendimento”, avalia, referindo-se ao impacto sobre o Clériston Andrade. “Será que isso aí é por causa de Zé Neto ou a história é outra?”, indaga.

NATAL E MCMV

Outros exemplos da “ingratidão” que Zé Neto julga existir são no Minha Casa Minha Vida e no Natal Encantado, grande sucesso da administração municipal no final do ano. “A gente ajudou por demais o Natal de Feira, com orquestra sinfônica, com balé, tudo vindo do governo do estado. Pergunta quantas pessoas souberam disso? Qual foi a propaganda institucional que fez agradecendo ao governo ou pelo menos citando o governo no que estava ajudando?”, comenta.

Já no programa habitacional, que é basicamente federal, a ação da prefeitura, na visão de Neto, visa diminuir a importância política da participação do governo Dilma. “Ele faz propaganda do Minha Casa Minha Vida, e diz que é fruto de convênio com a Caixa. Parece que foi um financiamento que ele pegou. Quem ouve a propaganda pensa que é. Se bem que o povo não é tão bobo”, aposta.

Lembrado de que o próprio governo estadual usa muito o programa em suas propagandas, o deputado atribui um papel fundamental do seu governo para o programa ter alcançado sucesso localmente. “Sem apoio político do governo estadual, nosso, tinha condições de Feira de Santana estar com 32 mil casas, sem contrapartida praticamente nenhuma, em cinco anos de programa? Só agora que começaram, com muito atraso, duas avenidas para construir, que era obrigação desde o começo. É a cidade do brasil que mais tem unidades habitacionais. Se não fosse a Embasa, dando contrapartida, para segurar o programa e o governo estadual, com o governador Jaques Wagner, não tínhamos em Feira hoje nem 2 mil casas. Foi algum prefeito que foi lá buscar? Você acha que foi? Foi por causa da cor dos olhos dele?”, dispara (a imagem que ilustra este texto é de inauguração no ano passado de condomínio do Minha Casa Minha Vida, onde aparecem o governador, o prefeito, o deputado petista e seus atuais aliados Eliana Boaventura, Jairo Carneiro e Fernando Torres).

Apesar do julgamento desfavorável, o líder do governo se diz aberto a se reunir com o desafeto. “Estou à disposição, não tenho problema nenhum pessoal com ele. O problema político existe, mas temos que contornar isso. Se ele quiser conversar comigo, estou à disposição. Não há problema nenhum”, garante

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