Pela terceira vez
consecutiva, TCM rejeita contas de João Henrique
As contas de 2009 também foram
reprovadas em votação secreta na Câmara Municipal em sessão iniciada nesta
quarta-feira (12)
Da Redação
Contas de 2009 foram reprovadas
em votação secreta na Câmara Municipal
O Tribunal de Contas dos
Municípios (TCM) votou pela rejeição das contas da Prefeitura de Salvador
relativas à administração de João Henrique no ano de 2011. O voto condutor da decisão, do
Conselheiro José Alfredo Rocha Dias, primeiro técnico a ter assento no Plenário
do TCM, foi acolhido, na íntegra, por todos os demais componentes do plenário,
de acordo com a assessoria do órgão. É o terceiro ano consecutivo em que as
contas do prefeito João Henrique, que encerra seu segundo mandato este ano, são
rejeitadas.
As contas de 2009 da Prefeitura
de Salvador foram reprovadas em votação secreta na Câmara Municipal em sessão
iniciada nesta quarta-feira (12) e concluída na madrugada de hoje. De acordo
com a Lei da Ficha Limpa (Lei Complementar nº 135, de 2010), esse resultado faz
com que o prefeito João Henrique Carneiro se torne inelegível para as eleições
dos próximos 8 anos, independentemente do cargo a que concorra, se comprovado
que houve improbidade administrativa. O prefeito só poderá recorrer da decisão
se esta for suspensa ou anulada pelo Poder Judiciário.
Em relação às contas de 2011, o
tribunal estabeleceu uma multa para o atual prefeito, no valor máximo de cerca
de R$ 36 mil , e encaminhou uma representação ao Ministério Público Estadual
para adoção de providências aplicáveis ao gestor.
Segundo parecer técnico do TCM,
foram sonegados ao tribunal processos licitatórios correspondentes a despesas
de cerca de R$ 5 milhões. Além disso,
foram repassados recursos públicos a 115 entidades civis sem fins lucrativos
num valor total de R$ 197 milhões sem que fossem apresentadas as prestações de
contas em relação aos serviços prestados pelas referidas empresas.
Contas
rejeitadas na Câmara
Na votação das contas de 2009 na
Câmara Municipal, 25 vereadores votaram pela aprovação das contas do atual
prefeito e 15 se opuseram. Apesar da maioria, João Henrique precisava contar
com pelo menos 28 votos a seu favor para conseguir a aprovação. Durante o
processo, apenas o vereador Gilberto José, do PDT, se absteve de votar.
O resultado, contudo, vai contra
os planos do atual prefeito para as eleições de 2014. Em entrevista concedida
ao Jornal Correio* em abril deste ano, João Henrique declarou que a candidatura
ao governo do Estado já estava definida. "As pesquisas estão chamando. Eu
já tive acesso a três, feitas por diversos partidos, e em todas meu nome está
muito bem colocado", alegou.
Na ocasião, ele aproveitou ainda
para ironizar adversários que sugeriram que ele poderia se enquadrar na lei da
Ficha Limpa: "os que estão com medo de me enfrentar nas urnas em 2014
podem botar as barbas de molho, podem ficar com medo sim, porque, com certeza,
vamos estar disputando".
Questionado sobre a possibilidade
da reprovação das contas de 2010, João Henrique declarou que não haveria
inelegibilidade, pois "não houve dolo, não houve improbidade, não houve má
fé" por parte dele.
Reforma Administrativa, PDDU,
Louos e Aeroclube
Na mesma noite, foi aprovado o
projeto de lei com a reforma administrativa para a próxima gestão do município
elaborado pelo prefeito eleito ACM Neto (23 votos contra 9), que aumenta o
número de secretarias de 11 para 12, reformula a Casa Civil e revisa o modelo
de descentralização administrativa com a criação das Prefeituras-Bairro.
Também foi aprovado uma nova
versão do Plano Diretor de Desenvolvimento Urbano (PDDU) e da Lei de
Ordenamento do Uso do Solo (Louos) do município, que suscitou polêmica entre os
vereadores. "A bancada do governo passou o 'rolo compressor' na minoria da
Câmara", argumentou a vereadora Aladilce. Segundo ela, a oposição tentou
transferir a votação para uma outra data, por se tratar de um projeto que já
vinha sendo questionado, mas sem sucesso.
Ela denuncia ainda que emendas
foram acrescentadas na hora, sem serem publicadas no Diário Oficial e
discutidas pela Câmara e pela sociedade civil.O contrato de concessão do
Aeroclube também foi prorrogado pelos vereadores por mais trinta anos, e agora
terminará em 2056.
Ainda segundo a vereadora, é
provável que na próxima segunda-feira (17) sejam votadas as contas da
prefeitura relativas ao ano de 2010. Já a Lei Orçamentária Anual está prevista
para ser apreciada pela Câmara de Vereadores no dia 19 de dezembro.
Matéria original: Correio 24h
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