Parvati Sai Gómez Sanchez, de
23 anos, está presa por tráfico de drogas.
Atividade de valorização da mulher agitou a unidade de Foz do Iguaçu.
Fabiula WurmeisterDo G1 PR, em Foz do Iguaçu
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Parvati Sai Gómez Sanchez tem 23 anos e é modelo na
Venezuela (Foto: Fabiula Wurmeister/G1)
“Esta é uma emoção completamente
diferente da que vivi em outros concursos de beleza”, disse a venezuelana
Parvati Sai Gómez Sanchez, de 23 anos, eleita nesta sexta-feira (22) a Miss
Centro de Reintegração Feminino (Cresf) de Foz do Iguaçu, no oeste do Paraná. A
modelo que tem o título de Miss Princesinha 2008 está presa na fronteira desde
novembro de 2012, quando tentava embarcar do aeroporto
iguaçuense para a Turquia com outros dez venezuelanos. Nas 21
malas que o grupo levava, roupas engomadas com cocaína
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Presidiárias desfilaram no
Centro de Reintegração
Feminino (Foto: Fabiula Wurmeister/G1)
Feminino (Foto: Fabiula Wurmeister/G1)
Parvati Sai, que é modelo em Caracas, orientou e ensaiou todas as outras
nove concorrentes – oito brasileiras e uma paraguaia – por duas semanas. “Para
mim tudo isso é muito diferente, principalmente porque estas mulheres estão
tendo a oportunidade de se maquiar, pentear e de se sentir belas depois de
tanto tempo presas. É emocionante ver como elas se transformam. Muitas delas
teriam futuro na profissão de modelo”, comentou pouco antes de entrarem na
passarela montada no corredor da galeria feminina.
Cada modelo desfilou duas vezes. Na primeira entrada na passarela, elas
exibiram roupas de passeio e na segunda, roupas de gala. A decisão para a
escolha da presa mais bonita foi feita por quatro jurados: a vice-prefeita de Foz do Iguaçu, Ivone
Barofaldi, a juíza Juliana Zanin, o promotor Tiago Lisboa Mendonça e a
vereadora Anice Gazzaoui.
Pela primeira vez participante de um concurso de beleza, Marcela
Alexandre, de 26 anos, há três cumprindo pena no Cresf de Foz do Iguaçu, também
disse ter gostado da experiência. “É muito bom poder se sentir diferente pelo
menos um dia no ano. Aqui dentro, na cadeia, o tempo demora a passar, e estas
duas semanas passaram muito rápido. Não vejo a hora de termos esta oportunidade
de novo. Com isso, tive a chance de me conhecer melhor e de me sentir
valorizada. Faz a gente pensar na vida e no que quer daqui para frente”,
refletiu.
Iniciativa do Conselho da Comunidade na Execução Penal, a atividade
deverá ser frequente, afirma o diretor da unidade, Giovani da Silva.
“Conseguimos sensibilizar algumas empresas, que doaram as roupas e os sapatos.
Até as agentes penitenciárias se envolveram, ajudando na maquiagem e nos
penteados. A ideia é chamar a atenção de mais empresas que possam ver nelas
profissionais, que saiam daqui empregadas, servindo de modelo”, observou
lembrando que em maio a unidade disponibilizará às cerca de 200 detentas um
curso profissionalizante de corte e costura.
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A iniciativa do desfile é do Conselho da Comunidade na Execução Penal (Foto: Fabiula Wurmeister/G1
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