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quinta-feira, 14 de março de 2013

Mizael Bispo é condenado a 20 anos de prisão pelo assassinato de Mércia Nakashim

Uol Noticias


Nesta terça-feira (12), segundo dia do julgamento de Mizael Bispo de SouzaL Mizael foi condenado por um júri de cinco mulheres e dois homens. Esse foi o primeiro júri do Estado --o segundo do Brasil, depois de um realizado em Rondônia-- a ser todo transmitido em tempo real via rádio e internet. Ao todo, os jurados analisaram seis quesitos para responder sim ou não e decidir se o policial reformado era ou não culpado pelo crime. Entre eles, figuraram, por exemplo, se o réu "concorreu para o crime", se "o jurado absolve o acusado" e se o crime foi praticado "por motivo torpe, em razão da insatisfação com o rompimento" do relacionamento amoroso. Ainda foi questionado aos jurados se houve emprego de "meio cruel" à vítima. Pela autoria, foram quatro votos a zero. Pelos dois primeiros agravantes (motivo torpe e emprego de meio cruel), 4 a 1, e pelo terceiro agravante (crime com recurso que impossibilitou ou dificultou a defesa da vítima), placar de 4 a 0. Pena dentro do esperado O promotor do caso, Rodrigo Merlin, havia solicitado a condenação pela pena máxima --30 anos. Mesmo assim, ele avaliou a sentença final como "dentro do esperado", tomando por base outros julgamentos dos quais participou com o mesmo juiz do caso Mércia. “Esperava que saísse algo entre 20 e 25 anos”, disse. “Cinquenta por cento do caso está resolvido. O segundo tempo fica para o dia 29 de julho”, afirmou Merlin, que se declarou “com a sensação de dever cumprido”. 3º dia: Mizael nega crime 2º dia: acusação e defesa discutem 1º dia: irmão de Mércia depõe O promotor se refere ao outro acusado pelo crime, o vigia Evandro Bezerra da Silva, que está preso no presídio de Tremembé 2 e vai a júri popular em 29 de julho deste ano. Inicialmente, o vigia seria julgado com Mizael, mas o júri foi desmembrado a pedido da defesa de Bezerra, que alegava tese conflitante entre os dois acusados. O promotor justificou que abriu mão da uma hora de réplica a que tinha direito "porque a defesa resolveu atacar autoridades e falou muito pouco do processo". Se aceitasse a réplica, a defesa do réu teria também uma hora para tréplica. Magistrado O juiz Leandro Cano enfatizou, na sentença, que o réu mentiu diante do júri que era inocente pelo crime e sabe que será criticado por isso, mas o fez porque buscar "melhorar a imagem do Poder Judiciário". Durante a leitura da sentença, o magistrado disse: "com o devido respeito, não se pode tolerar o perjúrio. A verdade é sempre o valor defendido pelo Estado. Se o réu não é obrigado a falar, está claro que não precisa mentir. A mentira tem por escopo iludir os jurados". Foi por isso que ontem, após Mizael ser interrogado, perguntou ao réu se tudo que ele havia dito era verdade ou mentira. Relembre o caso Mércia Questionado sobre o porquê ter ficado com a voz embargada durante a leitura, admitiu: "foi um peso que saiu das minhas costas. Foi mais de um mês de preparação. Eu tenho sentimentos". Defesa Um dos advogados de defesa de Mizael, Ivon Ribeiro, disse aos jornalistas que "provavelmente" vai recorrer da sentença. "Provavelmente, vamos pedir novo júri, mas não há nada decidido", falou. Ribeiro afirmou que pode estudar pedir a diminuição da pena pelos agravantes de mentira e personalidade do réu. Na sentença, o juiz Cano classificou Mizael como agressivo, covarde e frio e aumentou a pena em dois anos por isso. Quanto à transmissão ao vivo, segundo o advogado, não influenciou e até deu um certo vigor para a defesa. Testemunhas Ao todo, os jurados ouviram os depoimentos de nove testemunhas --cinco da acusação, três da defesa (que dispensou outras duas) e uma do juízo-- e o interrogatório do réu, que falou nesta quarta-feira (14) apenas respondendo a perguntas da defesa, uma vez que o promotor do caso, Rodrigo Merlin Antunes não quis inquiri-lo. Entre os depoimentos, se destacaram o de Márcio Nakashima, irmão da vítima, e do delegado Antonio Assunção de Olim, responsável pela investigação do caso. Ambos foram arrolados pela acusação. Mais julgamento Relembre o júri do ex-goleiro Bruno, condenado pela morte de Eliza Samudio Márcio, primeira testemunha a ser ouvida no júri, na última segunda-feira (11), chorou em vários momentos das cerca de quatro horas em que depôs e discutiu rispidamente com os advogados de Mizael, os quais acusou de macular a reputação da advogada, e acusou o réu de ter se "transformado" no segundo ano de namoro com Mércia. "Mizael era muito ciumento, possessivo e se transformou. Ele ligava várias vezes para a Mércia", afirmou Márcio, que, alegando medo, pediu para que o réu fosse retirado do plenário durante o depoimento. Como é advogado e trabalha em sua própria defesa, o réu pediu para continuar na sala, mas o juiz negou. Delegado derruba álibi Já o delegado do caso, ouvido na terça-feira (12), derrubou a tese do réu de que teria se encontrado com uma prostituta no momento em que a advogada era assassinada em Nazaré Paulista. Mizael alega que, na noite do crime, esteve por quatro horas com uma prostituta, dentro de um carro, em frente ao Hospital Geral de Guarulhos. “Ele não sabia o nome da mulher e, só depois de muita pressão, lembrou a cor do cabelo. Depois deu apenas R$ 20. Além do que, é estranho transar em um lugar de tanto movimento, sem chamar a atenção", disse o delegado, que foi taxativo aos jurados: “Eu não tenho dúvida nenhuma de que Mizael matou Mércia", declarou. Depoimentos de peritos Tanto defesa quanto acusação também lançaram mão de peritos para testemunhar em plenário. Márcio Nakashima, irmão de Mércia, chora após o corpo da advogada ser encontrado na represa de Nazaré Paulista (SP), em junho de 2010 VEJA A RECONSTITUIÇÃO DO CRIME O perito-chefe da investigação do caso, Renato Domingos Pattoli, por exemplo, falou na quarta-feira (13) e viu a defesa do réu tentar desqualificar a perícia feita pelo Instituto de Criminalística à época do crime. O perito explicou que a terra encontrada no sapato de Mizael não era compatível com a encontrada na represa de Nazaré Paulista, onde o corpo de Mércia foi encontrado. "A quantidade de terra encontrada era pequena, mas dá para afirmar que não era compatível", disse. Outro perito do caso, o biólogo Carlos Eduardo Bicudo, ouvido como testemunha no primeiro dia de julgamento, disse que algas não se fixam na terra, e sim, em um substrato. Por isso, a terra e a alga encontradas no sapato de Mizael podem ter vindo de locais diferentes. (Com informações do UOL, em São Paulo) Veja vídeos sobre o julgamento do caso Mércia Nakashima - 25 vídeos 14.mar.2013 - Julgamento termina com "nervos à flor da pele" 14.mar.2013 - Juiz se emociona ao encerrar julgamento 14.mar.2013 - "Que amor é este?"; veja íntegra da sentença 14.mar.2013 - "Sai da minha aba", diz promotor a advogado 14.mar.2013 - "Mizael matou Mércia por se sentir humilhado" 13.mar.2013 - Advogado de defesa pede que Mizael mostre o pé 13.mar.2013 - Mizael ficou escondido com moradores de rua 13.mar.2013 - Mizael nega ter matado Mércia 13.mar.2013 - Alga e sangue estavam no sapato de Mizael 12.mar.2013 - Mizael não declarou telefone e parou de usá-lo 12.mar.2013 - "O senhor é amigo do diabo", diz promotor 12.mar.2013 - Álibi de Mizael com prostituta é derrubado 11.mar.2013 - Veja o resumo do 1º dia do julgamento 11.mar.2013 - Irmão relembra últimos momentos de Mércia 11.mar.2013 - Mãe de Mércia lembra última vez que viu filha 11.mar.2013 - Mizael era ciumento e possessivo, diz Márcio 11.mar.2013 - Irmão de Mércia bate boca com advogado 11.mar.2013 - Mizael chegou ameaçar Mércia de morte 11.mar.2013 -Mizael teria ligado para Mércia no dia do crime 11.mar.2013 - Irmão de Mércia diz que pediu ajuda à Mizael 11.mar.2013 - Eu incentivei o Mizael e a Mércia, diz irmão 11.mar.2013 - Juiz ressalta transparência de julgamento 10.mar.2013 - Testemunha diz estar sendo pressionada 9.mar.2013 - Promotor diz que tem provas contra Mizael 8.mar.2013 - Relembre o caso Mércia Nakashima Próximo Anterior Ampliar Relembre crimes e julgamentos brasileiros famosos47 fotos 14 / 47 Multidão acompanha do lado de fora do Fórum de Santana o o julgamento do caso Nardoni, em 2010. Isabella Nardoni, 5, foi jogada na noite de 29 de março de 2008 do sexto andar de um edifício na zona norte de São Paulo. O pai, Alexandre Nardoni, e a madrasta, Anna Jatobá, foram condenados a 31 anos e 26 anos e oito meses, respectivamente Leia mais Adriano Vizoni/Folhapress - 22.mar.2010

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