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segunda-feira, 11 de abril de 2016

Comissão aprova abertura do processo de impeachment de Dilma por 38 a 27 votos

Portal Câmara
Votação ocorreu após quase 9 horas de uma reunião com discursos inflamados e bate-bocas; texto agora segue para análise do Plenário da Câmara, onde precisará de 342 votos favoráveis para seguir ao Senado
comissão de ética
Por 38 votos a favor e 27 contra, a comissão especial da Câmara aprovou o relatório do deputado Jovair Arantes, do PTB goiano, favorável à abertura do processo de impeachment da presidente Dilma Rousseff. A votação ocorreu, nesta segunda-feira, após quase 9 horas de uma reunião com discursos inflamados e bate-boca entre parlamentares.
No relatório, Jovair Arantes acata os indícios de crime de responsabilidade de Dilma devido à edição de decretos de crédito extraordinário sem autorização do Congresso e também por causa do uso de recursos de bancos públicos para cobrir compromissos de programas sociais do governo, as chamadas "pedaladas fiscais".
Dos 25 partidos da Câmara, 11 defenderam a aprovação do relatório na comissão, sete pediram a rejeição e outros sete liberaram a bancada diante de divergências internas. Líder do PPS, o deputado Rubens Bueno se disse convencido dos crimes de responsabilidade da presidente da República.
"Vamos ao Plenário para votar e dizer: o Senado que processe, dê o amplo direito a defesa e faça o julgamento final. Ela não foi eleita para roubar, ela não foi eleita para obstruir a Justiça, ela não foi eleita para enganar o povo brasileiro no maior estelionato eleitoral da história.”
O líder do PT, deputado Afonso Florence, voltou a classificar o processo de impeachment de golpe, conduzido, segundo ele, por "retaliações" do presidente da Câmara, Eduardo Cunha, e "conspirações" do vice-presidente da República, Michel Temer.
"O Brasil acompanhou pauta bomba e desestabilização política. A má intenção está no relatório, está na condução de Eduardo Cunha e tem a traição de Michel Temer, que articulador político designado pela presidente [Dilma], conspirou não só contra a presidente, mas contra a democracia."
Depois de aprovado na comissão especial, o relatório favorável ao impeachment de Dilma vai à análise do Plenário da Câmara, onde precisará de 342 votos favoráveis para seguir ao Senado. A partir da votação na comissão especial, o vice-líder do PT, o deputado Henrique Fontana, faz uma projeção favorável ao governo na disputa em Plenário.
"Aqueles que querem aplicar o golpe deveriam ter tido aqui 43 votos e tiveram apenas 38, ou seja, ficaram quase a 10% do que precisarão ter no Plenário, no próximo domingo ou segunda. Então, é um resultado muito positivo para todos aqueles que estão nas ruas defendendo a democracia."
Mas o líder do DEM, deputado Pauderney Avelino, apresenta uma outra contabilidade.
"É óbvio que nós já tivemos uma vantagem expressiva aqui na comissão. E lá, no Plenário da Câmara, será uma outra conta. Com certeza, iremos atingir os 380 votos, muito mais do que os 2/3, porque agora é água de morro abaixo ou fogo de morro acima: ninguém segura mais."
A comissão especial do impeachment foi instalada em 17 de março, realizou 11 reuniões e ouviu os juristas autores da denúncia contra Dilma, Miguel Reale Junior e Janaína Paschoal, e os ministros da Fazenda, Nelson Barbosa, e da Advocacia-Geral da União, José Eduardo Cardozo, que conduziram a defesa do governo.
Reportagem – José Carlos Oliveira

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